Campanha Salarial

Trabalhadores da Embraer rejeitam proposta com ataque a direitos

Empresa quer acabar com estabilidade no emprego para trabalhador vítima de doença ocupacional e acidente de trabalho com sequelas

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  • Trabalhadores da Embraer após assembleia na porta da fábrica
    Trabalhadores da Embraer após assembleia na porta da fábrica - Foto: Roosevelt Cássio
  • Herbert Claros, diretor do Sindicato
    Herbert Claros, diretor do Sindicato - Foto: Roosevelt Cássio
  • André Luis Gonçalves (Alemão), diretor do Sindicato
    André Luis Gonçalves (Alemão), diretor do Sindicato - Foto: Roosevelt Cássio

Os trabalhadores do primeiro turno da Embraer unidade Faria Lima, em São José dos Campos, rejeitaram a proposta apresentada pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), representante da fabricante de aviões, referente à Campanha Salarial 2024.

Os metalúrgicos, que chegaram a discutir o início de uma greve durante a assembleia, realizada na madrugada desta terça-feira (24), decidiram aguardar uma nova proposta da direção da empresa, antes de cruzar os braços.

Na entrada do segundo turno, os trabalhadores também rejeitaram a proposta. Os operários das outras unidades da empresa na cidade – Eugênio de Melo e Eleb – também serão consultados, durante a semana.

Além da Embraer, outras empresas do setor aeronáutico, como a Sonaca e Latecoere, rejeitaram a proposta, que propõe alterar a cláusula social de estabilidade para trabalhadores com doença ocupacional e vítimas de acidente no trabalho. Os patrões querem acabar com a garantia de emprego até a aposentadoria para esses operários e oferecer apenas 21 meses a trabalhadores com doença ocupacional e 60 meses a vítimas de acidentes de trabalho.

Esse é um dos principais pontos de contrariedade do Sindicato, que não aceita retrocesso em relação a esse direito histórico da categoria.

A última convenção coletiva do setor aeronáutico foi assinada em 2017. Desde então, a Fiesp tenta mexer na cláusula. Nos últimos anos, estes ataques vêm sempre sendo rejeitados pelos trabalhadores em assembleia, mesmo com a insistência das empresas.

Por reajuste maior
A Fiesp propôs 5% de reajuste salarial, o que também foi rejeitado pelos trabalhadores da Embraer. O percentual corresponde a 1,29% de aumento real, além da reposição da inflação calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) nos últimos 12 meses, que foi de 3,71%.

O reajuste está aquém dos lucros obtidos pelas empresas do setor. A Embraer, por exemplo, registrou crescimento de receita de 19% em 2024, com lucro de 80 milhões de dólares no segundo trimestre, o que representa alta de 38% em relação ao mesmo período de 2023. Além disso, a fabricante de aviões é uma das companhias mais valorizadas na Bolsa de Valores e tem recebido ajuda bilionária do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

Na Embraer, foi oferecido um reajuste irrisório de R$ 50 no vale-compras, que passaria a R$ 400. Na GM, por exemplo, o benefício passou para R$ 800, na semana passada.

"Os trabalhadores da Embraer rejeitaram a proposta apresentada pela Fiesp e vão seguir na luta por aumento real, reajuste maior no vale-compras e contra a retirada de direitos. Vamos seguir unidos e mobilizados, e uma greve não está descartada se a Embraer continuar inflexível", disse o diretor do Sindicato Herbert Claros da Silva.

Durante a assembleia, os operários também aprovaram apoio à paralisação dos trabalhadores da Boeing, nos Estados Unidos, que estão em greve por aumento salarial há 12 dias.


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