Embraer perde 120 profissionais estratégicos para Boeing
Ofensiva da companhia norte-americana ameaça segredos industriais brasileiros

A Embraer perdeu cerca de 120 profissionais altamente especializados nos últimos nove meses para a Boeing. O número foi divulgado em reportagem do jornal O Vale, neste domingo (13).
Segundo associações ouvidas pela reportagem, a cooptação desses profissionais, com anos de experiência no setor aeronáutico, é feita de maneira irregular pela Boeing. Essas entidades entraram com uma ação civil pública contra a prática, em novembro do ano passado. O processo está em segunda instância da Justiça Federal.
Chamada de ‘fuga de cérebros’, a retirada de talentos brasileiros – principalmente de São José dos Campos – para atuação estratégica na companhia norte-americana é um grave ataque à soberania nacional. A medida tira do Brasil quem detém anos de informações privilegiadas sobre o processo produtivo brasileiro.
Soberania em risco
Desde 2017, o Sindicato alerta a Embraer e diversos setores da sociedade sobre o risco de haver uma transferência de conhecimento brasileiro estratégico para o exterior, no setor aeronáutico. Assim que a Boeing anunciou que tinha a intenção de comprar parte da empresa brasileira, no mesmo ano, o Sindicato liderou uma forte campanha contra a transação.
A própria Embraer nada fez para evitar o risco de perder profissionais e, consequentemente, segredos industriais para empresários estrangeiros, uma vez que deu amplo acesso à Boeing e apostou nessa ação temerária, na época.
O Sindicato defende que a Embraer só poderá cumprir seu papel estratégico no desenvolvimento de tecnologia aeronáutica e na garantia da soberania nacional se voltar às mãos do Estado brasileiro. Mas não há vontade política para tal, uma vez que a história parece se repetir com a crise na Avibras, iniciada em 2022. Empresas dos Emirados Árabes e da Alemanha chegaram a apresentar intenção de comprar a fábrica de Jacareí. O governo brasileiro nada fez para impedir a negociação.
Agora, com a recuperação judicial da Avibras em curso, embora o Exército brasileiro e o Ministério da Defesa tenham feito aquisições na empresa, os principais investidores permanecem sendo grupos estrangeiros, a maioria árabes.
“Manter a tecnologia do setor aeronáutico e de Defesa nas mãos dos brasileiros é fundamental para que essa mão de obra, escassa no mundo, não saia do país. São profissionais que aqui se qualificaram e aqui desenvolveram tecnologia de ponta. Somente com a reestatização da Embraer e a estatização da Avibras é que impediremos que essa ‘fuga de cérebros’ continue”, afirma o presidente do Sindicato, Weller Gonçalves.

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